20 de julho de 2007

para lá irei de férias


O que é bom é difícil de esconder, por isso já imensa gente descobriu o Meco... Ainda assim, a aldeia conserva os encantos que lhe emprestaram a fama, e o proveito, de ser um dos locais de veraneio mais alternativos do país. Pacifistas, sonhadores, nudistas, naturistas e amantes da natureza. Pessoas ligadas às artes, à moda ou ao design. Gente que na cidade parecia ter uma boa vida, mas que partiu para uma pequena aldeia à procura de uma vida boa. Ao encontro da paz, do sol, de puras praias e fresco peixe. Foram pessoas como estas e como outras que, a partir do princípio dos anos 80, começaram a dar ao Meco uma aura cool. As características eram ímpares: situava-se perto de Lisboa, mas não demasiado perto, a cerca de 40 minutos, e tinha falésias e praias de difícil acesso e beleza rara, escondidas por entre dunas repletas de vegetação. Um verdadeiro antidepressivo ou estimulante natural.
O tempo passou, a mensagem espalhou-se e algo mudou. Ligeiramente. O cenário idílico continua lá, só que com mais pessoas, especialmente aos fins-de-semana. Gente para todos os feitios, e feitios que nada têm que ver com o espírito do Meco, queixam-se os mais indefectíveis. Haverá aqui alguma verdade, por isso é durante a semana que a aldeia se apresenta na sua serena plenitude. Ao contrário das cidades, onde poucas caras se fixam, as terras pequenas têm um nome, um apelido, e várias histórias por cada pessoa.
Este era por natureza um sítio de pescadores, de gente que procurava no mar o sustento que faltava em terra. Também neste campo diversas coisas mudaram e a actividade quase desapareceu. Mas não se extinguiu. O passado continua bem presente e pode transformar-se num momento de rara beleza.

Lá vou eu para banhos de sol na Praia do Meco e sestas no loft da Quinta do Miguel, um dos melhores locais para dormir na aldeia.

(excerto de Rotas&Destinos www.rotas.xl.pt)

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