3 de agosto de 2007

aneto 2003


A propósito do vinho tinto que bebi ontém ao jantar...

"O aneto (ou endro) provém do Oriente e já era conhecido na Roma dos Césares, onde simbolizava vitalidade.
Mais tarde, em virtude da sua semelhança com o anis e o funcho, passou a ser conhecido por "falso anis", "funcho bastardo" ou "funcho fedorento".
Apesar destas designações pouco simpáticas, as sementes de endro são populares em África e na Escandinávia para temperar carnes e salmão, e as suas folhas usam-se para aromatizar cornichons.
"
(in Vaqueiro inspira-te)

"O Monte Aneto é o pico mais alto dos Pirenéus, atingindo a altitude de 3404 m. Faz parte do maciço Maladeta situado na zona do vale de Benasque e é constituído por terrenos paleozóicos de natureza granítica e materiais mesozóicos que lhe servem de cobertura.
Situa-se no Parque Natural Posets-Maladeta, município de Benasque, província de Huesca, comunidade autónoma de Aragão.
Na sua face norte, a partir dos 2810 m aproximadamente, fica o maior glaciar dos Pirenéus, com cerca de 100 hectares de superfície. Está, como muitos outros em todo o mundo, em franca regressão como consequência da mudança climática. Calcula-se que nos últimos 100 anos tenha perdido mais de metade da sua área, e que em 30 a 40 anos possa mesmo desaparecer."

(in Wikipédia)

Depois disto tudo fica o nosso vinho do Douro.

O Aneto 2003 é um vinho "de garagem" feito por um dos enólogos da Real Compª Velha - Francisco Montenegro. É produzido pela Sobredos (Alijo).

"/...é um vinho que deve o seu nome a uma planta que existe na vinha de onde as uvas provieram. A planta é a Aneto, da família das Umbelíferas, aromática e medicinal é considerada erva mágica, sendo mesmo usada para fazer a poção do amor.

Para os fundamentalistas do Terroir (*), quem nos garantirá que este vinho após o 2º ou 3º gole, não nos trará a paixão à flor da pele, ou mesmo coragem para nos declararmos a aquela pessoa que sempre andámos atrás.

No meu caso, a minha estava bem perto, portanto foi difícil distinguir se foram os efeitos do Aneto, se a "normal" paixão que sinto...

Bem deixemo-nos de historinhas...O vinho tem um estágio de 12 meses em carvalho francês, após fermentação em lagares de granito. Com as castas durienses, Touriga Franca (40%), Tinta Roriz(30%), Touriga Nacional (20%) e Tinto Cão(10%), apresenta 14º vol e uma bonita cor, de boa concentração, quase opaco e com ligeiros toques de púrpura no bordo do copo. Após decantação, o aroma é cativante, envolvente, com um primeiro impacto químico, floral, madeira encerada, alguns arbustos, urze e rosmaninho. A madeira está presente, mas não em primeiro plano, notando-se ligeiras notas de baunilha. Aparecem também aqui notas de frutos silvestres, mirtilios, amoras pretas, lembrando aquelas bagas acabadinhas de arrancar da planta, ainda com aquela ligeira camada de pó.

Na boca, o vinho entra com um perfil austero, com grande volume de boca, pedindo-nos pra que o mastiguemos, bem educado, acetinado, com taninos finos e com a acidez bem presente, trazendo uma frescura balsâmica ao vinho. As notas de tabaco, chocolate e o carácter especiado, permitem ao vinho, terminar com um final elegante e de grande comprimento.
Nota 17,5 - Um excelente exemplo do Douro de 2003, sem grande excessos de fruta, apesar de ter 14º, é um vinho extremamente elegante e fino.

Aconselha-se a decantação prévia, para deixar o vinho abrir."
(in Vinho da Casa)

O que bebi estava muito bom!
(*)Terroir é um termo de origem francesa (lê-se terroar), provém do latim popular (terratorium) alterado no galo-romano (territorium; territoire). Significa originalmente uma extensão limitada de terra considerada do ponto de vista de suas aptidões agrícolas, particularmente à produção vitícola. Usa-se também a expressão produtos de terroir para designar um produto próprio de uma área limitada.
O terroir, na ampliação do conceito desenvolvido por
geógrafos franceses, é um conjunto de terras sob a ação de uma coletividade social congregada por relações familiares e culturais e por tradições de defesa comum e de solidariedade da exploração de seus produtos.

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