Vi há dias uma reportagem televisiva sobre o comportamento na vida animal. Raras vezes me detive mais do que uns segundos a olhar para este tipo de programas, mas aquela foi uma dessas.
Havia ali uma intenção de dança que me prendeu.
Dizia o comentador que invariávelmente cabe ao macho correr o risco de dar o primeiro passo. A fêmea depois acompanha.
Foi aí que resolvi continuar a ver. Perante tal afirmação pareceu-me ser útil ver onde a coisa iria parar. Com efeito na parelha em estudo o macho desenvolvia uma epécie de cerco para chamar a atenção da fêmea.
Para simplificar vou chamar Zé ao macho e Ana à fêmea.
E era assim pelas palavras do comentador:
A Ana aceita o Zé e faz-se difícil (aceita e faz-se dificil? coisa de gaja diríamos nós). O Zé insiste e vai à luta. A Ana cede. O Zé ataca. Consumado o acto o Zé parte.
O comentador dá por finda a história e segue para outra aventura animal.
Pois eu tive uma percepção ligeiramente diferente, e eis o que vi:
A Ana mostra-se. O Zé também. A Ana provoca. O Zé também. A Ana gosta. O Zé gosta. A Ana não espera. O Zé também não. O Zé gosta. A Ana também. A Ana desespera. O Zé não gosta. A Ana faz. O Zé faz. O Zé assobia. A Ana não gosta. O Zé vai ali. A Ana assobia. O Zé corresponde. A Ana suspira. O Zé olha para o céu. A Ana olha para o lado. O Zé distrai-se. A Ana vai dá uma volta. O Zé também.
Ora bolas para o romance! Afinal quem deu o primeiro passo? É por estas que eu não gosto de ver estes programas.
A Ana e o Zé eram gnus! Percebia-se ao longe!
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1 comentário:
Ainda não percebi porque é que te dizem que escreves sobre pessoas que conheces. A avaliar por esta histórias não me parece...mas olha que lá que os nomes foram bem escolhidos...lá isso foram.
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